Procedimento que diminui o tamanho da testa está ganhando cada vez mais adeptos no Brasil
Neste período de isolamento social nosso rosto ficou em extrema evidência nos ‘quadradinhos’ de salas de reunião e bate papos em vídeo, o que refletiu no grande aumento na procura de procedimentos estéticos para corrigir insatisfações na fisionomia. Uma das reclamações mais pertinentes é o tamanho desproporcional da testa, que já causa insegurança normalmente na hora de realizar atividades corriqueiras como tomar um banho de mar, prender o cabelo ou até realizar uma mudança no corte. A combinação destes fatores foi um baque para a autoestima de muitas pessoas.
Se essa desarmonia causa um desconforto muito grande no dia a dia, a Frontoplastia pode ser a solução. Segundo a Dra Patricia Marques, cirurgiã plástica pioneira da técnica no Brasil, o procedimento consiste em avançar o couro cabeludo para frente por meio de um corte na margem do cabelo, reduzindo o tamanho da testa e adequando a proporcionalidade facial. “Uma técnica similar já era muito utilizada dentro da comunidade transgênero e agora cada vez mais jovens estão buscando por esse tratamento, independentemente do gênero ”, explica.
Por ser um uma cirurgia relativamente nova no país, pouco se sabe sobre os benefícios da operação e como ela funciona. A especialista, que é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, responde as dúvidas mais frequentes para quem pretende realizar o procedimento.
1. Qual o tamanho da redução que posso esperar?
Não podemos dar um número preciso antes da cirurgia, pois pode variar de paciente para paciente de acordo com a elasticidade da pele, mas a média é um avanço de 2 centímetros, às vezes um pouco mais. Porém, mais importante do que um número na régua, é a capacidade de adequar a proporção do terço superior em relação aos terços médio e inferior do rosto, deixando-o o mais harmonioso possível.
2. Pode ocorrer paralisia facial após o procedimento ou alteração de estruturas faciais?
Os nervos motores da face não estão na região operada, então não, não é possível ocorrer uma paralisia. Além disso, a cirurgia por si só não altera as feições como sobrancelhas e posição dos olhos. Este tipo de mudança acontece no lifting facial cirúrgico, por exemplo, que envolve incisões nas laterais do rosto, diferente da Frontoplastia.
3. É possível ocorrer queda de cabelo?
Em todo procedimento cirurgico pode haver uma queda de cabelo por alterações hormonais chamada Eflúvio, que dura algumas semanas e melhora espontaneamente. Na Frontoplastia, a técnica que utilizo envolve incisões em forma de ‘zigue-zague’ na linha do cabelo, que protegem os folículos capilares. Conforme as incisões cicatrizam, cabelo cresce por meio delas, o que ajuda a clamuflar a cicatriz, por isso é fundamental o tratamento adequado do cabelo. É sempre bom lembrar, porém, que caso o paciente seja homem a cicatriz pode se tornar aparente mais para frente, devido a calvície, sendo recomendado complementar o tratamento com o transplante capilar.
4. O pós-operatório é muito doloroso?
A recuperação costuma ser muito tranquila, com pouca dor e inchaço, mas é importante separar duas semanas para descansar bem. A região da cicatriz costuma ficar também um pouco adormecida, mas isto é comum em cirurgias do tipo, e dentro de 3 a 6 meses voltará ao normal.
5. A Frontoplastia pode ser realizada em conjunto com outros procedimentos estéticos?
Na minha prática clínica é muito comum haver esta associação, principalmente com outras técnicas de harmonização facial, como a rinoplastia e os preenchimentos com gordura, por exemplo. Mas, claro, devemos individualizar o tratamento, priorizando a proporcionalidade do rosto de cada paciente.